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No sonho do homem cabe Todo o domínio que quer; Mas desvendar nunca sabe A alma duma mulher... |
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As cartas de amor mais belas Marcam as almas melhor... As minhas nem sabes delas As tuas sei-as de cor!... |
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Quando Deus criou o mundo teve um sonho de grandeza: Foi com desvelo profundo Pôs na mulher a beleza. |
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Se vens de branco vestida, Da cor que a candura atesta Tão simples, nada garrida... Eu dou-te um beijo na testa. |
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Se vens de preto, elegante, Pisando com distinção... Em curvatura galante, sorrindo, beijo-te a mão. |
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...Mas se é vermelho de cor, A minha alma fica louca, E dou-te ardente d'amor Um longo beijo na boca. |
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Cativa?!...ousas dizer! Cativa, diz, de quem? Se cativo do teu ser Ando cativo também! |
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À tua porta bati Perdido no meu caminho, E bem feliz me senti Da esmola do teu carinho. |
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Não prendam nem um momento As aves são p'ra voar. É ave meu pensamento Deixem-no livre sonhar. |
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O verso quando se sente Não custa nada a escrever É como a água corrente Que desliza sem saber. |
Manuel Giraldes da Silva [27.05.1898 - 37.11.1974] , poeta popular montijense,foi também um admirável fotógrafo amador.
Nesta publicação legendamos fotografias de amigas suas, captadas na década de 20, com com algumas quadras que o poeta escreveu alguns anos mais tarde.
As fotografias foram reveladas pelo autor, que dispunha de uma banal máquina fotográfica.
As obras de Manuel Giraldes da Silva, a poética e a fotográfica, bem merecem ser divulgadas.
Ruky Luky