quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Encontro com o Escritor

E… as flores?

Margarida Faro apresentou as suas obras “Minha Mãe, Vou Já” e "44 Poemas”, na Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva, em Montijo, no passado sábado, 23 de Fevereiro, cerca das 16H00.
Numa sessão marcada pela informalidade, Zica Caldeira Cabral discorreu sobre o livro e a personalidade da autora, e Carla Andrino e João Jacinto, amigos da poetisa, disseram alguns poemas.
Ma mesa: João Jacinto, Clara Silva, vereadora, Margarida Faro, Carla Andrino e Zica Cabral.


Carla Andrino esclareceu que não era declamadora, mas, acompanhada pelo maestro Mário Rui, emocionou-se ao ler os poemas e sensibilizou a assistência.
 
 
 


João Jacinto sempre disse poesia, não é verdade? Foi uma grata surpresa.
 
COISAS TUAS
 
Levo coisas tuas
para poder estar contigo
na distância.
Para nunca te perder a companhia,
mesmo não estando.
Levo gravado o teu gesto,
o pranto, o riso, e,
(ora inocente, ora picante),
o teu sorriso,
que é a tua expressão,
o teu maior encanto.
E levo um objecto,
teu pertence,
como se o espaço tivesse autoridade
e o tempo nos afastasse.

Como se fosse preciso...
 
Margarida Faro
 
 
 
 
 
A sessão encerrou com chave de ouro, interpretando o Maetro Mário Rui duas composições do seu reportório
 
 
“Minha Mãe, Vou já” é um retrato das relações humanas em que aprendemos o que nos faz crescer e descobrimos o que importa realmente na vida – o amor. Quando uma mulher decide fazer o balanço do que viveu, o resultado é um romance envolvente que nos faz questionar as escolhas, onde errámos e por onde podemos, sempre, recomeçar.
Em “44 Poemas”, segundo Ana Vidal, autora do prefácio da obra, “Margarida Faro assume o risco de ser inquieta e inquietante como um espelho que, se olhado bem de frente, nos devolve a imagem implacável do que somos.”
Margarida Faro nasceu em Lisboa em Março de 1954. Leccionou inglês e trabalhou como assistente de produção de espetáculos. Com uma vida diversificada entre o mundo académico e musical, publicou diversos livros de poesia e de prosa e compôs letras para canções.
Publicou o primeiro romance, Praia das Maçãs, (Oficina do Livro), em 2002; o segundo, Quarto Crescente, (Oficina do Livro) em 2003;Viva a Desordem, o seu primeiro livro de poesia, (7 Caminhos), em 2004; e, Minha Mãe, Vou Já, o seu mais recente romance (Oficina do Livro), em 2010..
 
E...as flores?
Tempos houve, ainda bem nos lembramos, que, no final das sessões culturais, se distinguia o convidado com um ramo de flores. Gesto simples de agradecimento, de cordialidade e de hospitalidade, que honrava os pergaminhos de Montijo, terra hospitaleira.
Perdeu-se o hábito ou há falta de cultura e de sensibilidade? Nem se chame a crise e a lei dos compromissos a terreiro, porque uma simples flor - quando não há um ramo - faz o mesmo efeito e não empobrece o erário público.
 
Ruky Luky
 
 
 

 

 

 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Duendes do Umbigo

Do Samouque ou de Montije?

Não se sabe quem - mas também ninguém está interessado em saber - há vinte anos, em terras de Sá Mouco, que divide a sua soberania entre Montije e Alkchete, se lembrou de perguntar aos duendes, primos próximos do Corfadário, se tinham umbigo, e, na ausência de resposta, resolveu extraí-los do umbigo.
 
Foram aperaltados, armados cantores por uma fada-madrinha, e aqui vai disto que o que a malta quer é reinação…
 
Já têm idade para continuar a não terem juízo, essa idade que só os predestinados próximos dos duendes sabem conservar, guardando a sete chaves o universo poético da infância (Ops! Superei-me!).


Não se sabe também – é matéria para musicólogos e críticos – se infantilizaram o punk ou rockalizaram a infância, mas o Noddy tem mais encanto se rockabilly ou punkabilly.


Os Duendes do Umbigo é um momento de pura diversão ao ritmo de canções infantis tocadas freneticamente ao ritmo das épocas que as entronizaram – e já lá vão vinte.

 
 
Como é que eles iam vestidos perguntam? Pergunta inteligente, porque os “cenários” pintam conforme a cena e a imaginação, como se pode verificar na Exposição patente do Ateneu Popular de Montijo, que cristaliza os primeiros vinte anos destas eternas crianças.


E quem são eles/elas?Lourenço Marques (ou Maputo?), viola; Alberto Canhão, baixos e coros; Henrick Wakeman, guitarra.Tilarina e Alzirinha Marmeleira (coros).

Que não matem as crianças que continuam a habitar no coração de cada um deles/ cada uma delas (vamos lá respeitar o género), que de espectáculos destes é que a má disposição precisa.

Ruky Luky














 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Duarte Crispim Expõe na Galeria Municipal


“Caminhos”é o título da exposição de pintura, que Duarte Crispim, jovem pintor montijense, tem hospedada na Galeria Municipal de Montijo, até ao dia 30 de Abril, que poderá ser visitada de segunda a sábado das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A entrada é livre.

 




A exposição reúne uma série diversificada de trabalhos do autor, que cobre várias técnicas, da colagem ao desenho, da pintura à reutilização de peças de mobiliário, num percurso que capta e envolve a sensibilidade do visitante.


Duarte Crispim é Licenciado em Design de Comunicação e expõe regularmente desde 2000.
Tem participado em diversas exposições individuais e coletivas, entre as quais se destacam, o Prémio Vespeira – Montijo; o Prémio de Desenho “Américo Marinho” – Barreiro; a Bienal de Coruche; o Prémio D. Fernando– Sintra e o Prémio Artur Bual – Amadora.
A sua obra está representada em diversas coleções públicas e privadas
.


Apesar do seu percurso, Duarte Crispim é o primeiro pintor montijense a alcançar o “privilégio”de expor na Galeria da sua cidade, devido a uma política cultural reaccionária, que afastou o Montijo de centro das preocupações dos decisores políticos.

 
Não fossem, por um lado, a crise e as arcas depauperadas da Câmara Municipal de Montijo pela incompetente gestão do PS/Maria Amélia Antunes/Nuno Canta e, por outro, o calendário eleitoral, os montijenses continuariam arredados da utilização dos espaços municipais.
A terminar, registe-se o pormenor de as exposições realizadas na Galeria Municipal de Montijo não serem acompanhadas de nenhum suporte informativo, nem uma mera folha A4.

Ruky Luky


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Morreu o Dr. Barata


In memoriam


João Manuel Salazar Leite Barata - 1.03.1934 - 31.01-2013
Morreu o Dr. João Barata – o Dr. Barata como era popular e carinhosamente tratado -, no passado dia 31 de Janeiro.

O Dr. Barata foi um cirurgião que, com a sua ciência, dedicação e fraternidade, marcou o Montijo, nas pessoas de todos quantos – e foram muitos – contaram com uma palavra amiga no consultório, com a sua destreza no bloco operatório.

Homem simples, curtido na Guerra da Guiné, onde laborou em cenário de guerra, o Dr. Barata tornou-se na figura mítica do médico que tinha sempre tempo para atender mais um paciente, quantas vezes já depois de ter concluído o seu dia de trabalho.

Em vida, a Câmara Municipal de Montijo, então liderada pela CDU (PCP) reconheceu o mérito excepcional do médico e cidadão e distinguiu-o com a mais alta distinção do Município – a Medalha de Ouro.

Na hora da sua morte, a Câmara Municipal de Montijo, liderada pelo Partido Socialista, silenciou o acontecimento, pois nem um simples voto de pesar exarou.
Ressalve-se a honrosa excepção do vereador eleito pelo PSD, Nuno Ferrão, que manifestou o seu pesar pelo passamento do ilustre médico, em nome próprio e no do partido que representa.

Permita-se a seguinte interrogação: o PS/Maria Amélia Antunes age, assim, por ignorância, por insensibilidade, por arrogância ou por má-fé?

O senhor Nuno Canta, candidato do PS à presidência da câmara municipal e promotor da plataforma “Montijo Tem Voz”, deve interiorizar que se silencia[m] os mortos, não [se] permitirá que os vivos tenham voz.
 
O Dr. Barata impôs-se pelo mérito. Viveu humildemente. Foi o nosso excelente vizinho. Partiu.
Nuno Ferrão manifestou, em lugar próprio, as condolências que o povo de Montijo teria gostado de ouvir da boca da presidente da câmara.
Os Bombeiros Voluntários de Montijo, honrando o povo a que pertencem, prestaram a justa homenagem à memória de quem tanto deu a Montijo.
A Câmara Municpal de Montijo manteve um silêncio que nos envergonha.
O Dr. João Barata foi um gigante.
Na hora da evocação da sua memória os pigmeus atemorizaram-se, mas Montijo curvou-se em gesto de gratidão.
Obrigado, Dr. João Barata.
 
Ruky Luky