E… as flores?
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Margarida Faro apresentou as suas obras “Minha Mãe, Vou Já” e "44 Poemas”, na Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva, em Montijo, no passado sábado, 23 de Fevereiro, cerca das 16H00.
Numa sessão marcada pela informalidade, Zica Caldeira Cabral discorreu sobre o livro e a personalidade da autora, e Carla Andrino e João Jacinto, amigos da poetisa, disseram alguns poemas.
Ma mesa: João Jacinto, Clara Silva, vereadora, Margarida Faro, Carla Andrino e Zica Cabral.
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Carla Andrino esclareceu que não era declamadora, mas, acompanhada pelo maestro Mário Rui, emocionou-se ao ler os poemas e sensibilizou a assistência.
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João Jacinto sempre disse poesia, não é verdade? Foi uma grata surpresa. |
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COISAS TUAS
Levo coisas tuas
para poder estar contigo
na distância.
Para nunca te perder a companhia,
mesmo não estando.
Levo gravado o teu gesto,
o pranto, o riso, e,
(ora inocente, ora picante),
o teu sorriso,
que é a tua expressão,
o teu maior encanto.
E levo um objecto,
teu pertence,
como se o espaço tivesse autoridade
e o tempo nos afastasse.
Como se fosse preciso...
Margarida Faro
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A sessão encerrou com chave de ouro, interpretando o Maetro Mário Rui duas composições do seu reportório
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“Minha Mãe, Vou já” é um retrato das
relações humanas em que aprendemos o que nos faz crescer e descobrimos o que
importa realmente na vida – o amor. Quando uma mulher decide fazer o balanço do
que viveu, o resultado é um romance envolvente que nos faz questionar as
escolhas, onde errámos e por onde podemos, sempre, recomeçar.
Em “44 Poemas”, segundo Ana Vidal, autora do prefácio da obra, “Margarida Faro
assume o risco de ser inquieta e inquietante como um espelho que, se olhado bem
de frente, nos devolve a imagem implacável do que somos.”
Margarida Faro nasceu em Lisboa em Março de 1954. Leccionou inglês e trabalhou
como assistente de produção de espetáculos. Com uma vida diversificada entre o
mundo académico e musical, publicou diversos livros de poesia e de prosa e
compôs letras para canções.
Publicou o primeiro romance, Praia das Maçãs, (Oficina
do Livro), em 2002; o segundo, Quarto Crescente, (Oficina do Livro) em
2003;Viva a Desordem, o seu primeiro livro de poesia, (7 Caminhos), em
2004; e, Minha Mãe, Vou Já, o seu mais recente romance (Oficina do
Livro), em 2010..
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E...as flores?
Tempos houve, ainda bem nos lembramos, que, no final das sessões culturais, se distinguia o convidado com um ramo de flores. Gesto simples de agradecimento, de cordialidade e de hospitalidade, que honrava os pergaminhos de Montijo, terra hospitaleira.
Perdeu-se o hábito ou há falta de cultura e de sensibilidade? Nem se chame a crise e a lei dos compromissos a terreiro, porque uma simples flor - quando não há um ramo - faz o mesmo efeito e não empobrece o erário público.
Ruky Luky
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