Segundo
o “Jornal do Commercio», de Lisboa, de 23 de Janeiro de 1868, quando em
Aldegalega se soube da «demissão do ominoso ministério, as demonstrações de
regozijo tinham sido sucessivas, e cada vez maiores; parecia que não havia para
este povo ovações que correspondessem à força do seu sentimento, e comemorassem
dignamente a sua íntima satisfação, pela restituição dos foros e liberdades,
que o despotismo lhe tinha usurpado com inaudito escândalo.»
Conta
José de Sousa Rama que «logo que constou oficialmente que o novo governo
restituía ao concelho de Aldeia Galega a sua antiga independência, este povo,
cujo espírito foi sempre muito liberal e anti-reaccionário, surpreendido por
tão agradável quanto inesperada notícia, percorreu de noite as ruas da vila, em
manifestações de imenso regozijo, acompanhado de um sol-e-dó. Muitas senhoras
se associaram a estas patrióticas manifestações, soltando das janelas
entusiásticos vivas à independência da nossa terra, e até algumas chegaram a
disparar tiros de espingarda! Como se não houvesse foguetes na vila, grande
número de indivíduos saiu com espingardas para a rua, a juntar-se aos
manifestantes, e era ver aquele que mais tiros disparava! Um delírio!
Felizmente, durante as três noites em que se repetiram essas manifestações, em
que toda a população tomou parte, não houve a registar o mais insignificante
desastre.»
No
dia 22 de Janeiro de 1868, regressaram a Aldeia Galega «os livros da
conservatória, única parte do arquivo, que desta administração tinha ido para a
Moita, e levados á casa da administração sobre um macho, ricamente ajaezado, e
coberto de um pano encarnado, com as armas reais. Se grande tinha sido a dor,
pela perda da sua autonomia, grandiosa devia ser a expansão da sua alegria,
pela sua restituição.» [Fotografia - 2013]
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A tão meritória contribuição para o conhecimento da
ResponderExcluirhistória da nossa terra, que Rui Aleixo nos vem presenteando,merece todo o nosso louvor, admiração e carinho. Para se amar é preciso conhecer ou acreditar. Os mais jovens naturais de Montijo e outros que para aqui se mudaram, todos nós, temos a necessidade de conhecer a fundo a terra que habitamos e onde se desenrola a nossa vida. Bem haja ao Rui por nos prestar tão desinteressadamente essa contribuição. Hoje, o tema foi a Justiça, que bem necessária é à nossa vida e que tão arredada anda. É bom saber que Aldeia Galega, que até 1926 pertenceu ao distrito de Lisboa, chegou a ser a 2.ª comarca mais importante desse distrito, sendo apenas suplantada por Sintra. O passado de Montijo, deve orgulhar todos os aldeanos, já que o presente, infelizmente, não é digno desses tempos de antanho.