Íamos os quatro despreocupados pela alameda, num dia soalheiro de fim de tarde, quando o sol já acetinadamente manso ainda aquece, mas já não queima: Helena, a infanta, a empurrar um carrinho; Francisco, o moço; Rita, a mãe, e eu, o avô.
Caminhávamos esquecidos do tempo e saboreávamos apetitosos gelados entre muitos dedos de conversa e de franco convívio.
Helena, a infanta começou a correr. Francisco, o moço, cuidadoso tio, partiu atrás da menina. Rita, a mãe, continuou a conversar comigo.
Assim passámos a ir os quatro: Helena começou a correr. Francisco apressou o passo. Rita partiu preocupada. Eu fiquei sozinho.
Mais adiante, Francisco encontrou a Helena e a Rita apanhou os dois. Seguiram os três, que a vida é assim mesmo.
Olhavam para trás, sorriam-me e acenavam e brincavam. Avançavam cada vez mais e eu cansado ia ficando. Olhavam para trás, sorriam-me e acenavam. Olhavam para trás e eu já não via se eles se riam, mas acenavam-me.
Acenaram-me, mas eu já não estava. Ruky Luky |
Lindo! De uma humanidade sentida, envolvida na continuidade e no amor. Há momentos assim. Infelizmente não são tantos como deviam e às vezes não sabemos saboreá-los.
ResponderExcluirEntão, Rui?
ResponderExcluirConsigo imaginar o Francisco, o tio!!!!