segunda-feira, 30 de julho de 2012

A TABERNA 5

Um Hino à Carne de Porco

A pergunta é inevitável: se a Taberna 5 tem a porta com o n.º 6 por que é que se chama 5?
O seu proprietário, Domingos Pinto, titular de outras tabernas, tinha por hábito numerar as suas propriedades, daí o número 5.
A taberna, que se localiza a dois passos do rio, foi, em tempo de rio vivo, local muito frequentado pelos Descarregadores de Mar e Terra (estivadores).



A taberna manteve o seu aspecto original até cerca da década de 90, altura em que foi sujeita a obras de beneficiação que lhe conferiram o perfil semelhante a qualquer regular estabelecimento de restauração.



O 5, como é popularmente conhecida, abre ao meio tarde e, nos arredores, logo se sente o delicioso cheiro da carne de porco a grelhar.
É diferente uma febra no 5? O courato tem outro sabor? A entremeada supera o que já se provou? Sim, tudo ali parece mais saboroso, e o segredo está no molho idealizado pela família que explora o estabelecimento, há mais de 60 anos.
Há quem diga que o problema do 5 é não se resistir à tentação de pedir mais uma.



Carlos Alberto, isto é, Beto é o «mestre-grelhador» que sabe o segredo do tempo, do calor e do tempero


Há, ainda, quem se recorde de entrar no 5, escolher um disco na Jukebox, encomendar uma febra, e, enquanto aguardava, partir para um jogo de matraquilhos.
O 5 foi um dos estabelecimentos mais concorridos de Montijo, sobretudo, a partir do fim da tarde, quando chegavam os barcos ao Cais dos Vapores. Quem partia passava pelo 5, quem chegava no 5 entrava.
Hoje, já não se ouve música, não há "matrecos", nem pipas de vinho, nem o fumo a envovler o balcão. Há, porém, como imagem de marca que se mantém, o inconfundível sabor dos seus grelhados e a envolvente simpatia dos seus proprietários.
Uma carcaça, um courato, ou outro produto à escolha, um copo de vinho, e o fim da tarde tem outro sabor.


Ruky Luky

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