terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Um Elefante Branco Chamado Cinema Teatro Joaquim de Almeida

Houve um grupo de cidadãos de Montijo que se empenhou e desenvolveu todos os esforços para que o Cinema Teatro Joaquim de Almeida, que, depois do seu encerramento, correu o risco de se transformar numa discoteca e, posteriormente, em local de culto de uma conhecida seita, revertesse para o património municipal.
Salvaguardar um local de afectos e de boas memórias e um património ímpar da cidade, que tão carecida esta(va) de um “centro cultural”, foram algumas das razões que nortearam o grupo de cidadãos, que se denominou de “Amigos do Cinema Teatro Joaquim de Almeida - ACITEJA”.
     Quando o PS ganhou as eleições e Maria Amélia Antunes foi eleita presidente da Câmara Municipal de Montijo acalentou-se a esperança que o velho cinema fosse transformado numa sala funcional e posta ao serviço da comunidade.
Quem conhecia o edifício sabia que não seria viável a sua exploração, mesmo com fundos municipais, se não fossem introduzidas alterações profundas na sua utilização e gestão, atendendo aos elevados custos de manutenção.
Contudo, a presidente da câmara limitou-se a recuperar o edifício, mas de modo incompleto uma vez que deixou de ser uma sala de cinema.
Constata-se, hoje, que a recuperação do cinema não foi acompanhada de um programa que tivesse proporcionado o efectivo uso daquele edifício pela comunidade e que, em termos de gestão financeira, permitisse uma aplicação proporcional e adequada dos recursos municipais.
Apostou-se, antes, numa visão retrógrada e reaccionária da cultura, cerceando-se, de início, a utilização da sala do cinema aos agentes culturais concelhios, e investindo-se, quase em exclusivo, em espectáculos para um público muito restrito.
Ultimamente, o cancelamento, amiúde, de espectáculos anunciados para aquela sala de espectáculos, que já vinha acontecendo, espaçadamente, há algum tempo, evidencia o resultado de uma incompetente política cultural, que, ao longo destes anos, não conseguiu dinamizar aquele espaço dando-lhe a dimensão almejada pelos montijenses.
As elevadas despesas com a organização dos espectáculos, que poucos espectadores atraem e cativam, com a electricidade e a manutenção do espaço, a par de uma estrutura organizacional obsoleta transformaram o Cinema Teatro Joaquim de Almeida num sorvedouro dos recursos da autarquia.
Os custos da manutenção do Cinema Teatro Joaquim de Almeida devem ser tão elevados que a Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva se viu privada dos periódicos e dos jornais diários, assim como da actualização do seu espólio, porque, no que tange à cultura, o empenho do executivo do PS concentra-se em manter as portas abertas daquele que se transformou no elefante branco de Montijo – o Cinema Teatro Joaquim de Almeida.

Ruky Luky







  




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