No princípio do século XX, Aldegalega perorava pela falta de pessoas competentes para lidarem com o material de combate a incêndios, reconhecendo a edilidade a desorganização dos seus serviços nesse sector, e almejava pela constituição de uma Corporação de Bombeiros Municipais.
Por essa altura, em 25 de Maio de 1906, Cândido José Ventura, presidente da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, fez aprovar, em reunião da direcção, uma proposta visando a organização de uma quermesse, cujo produto seria aplicado na constituição de um Corpo de Bombeiros Voluntários.
Nessa mesma noite, conta Cândido José Ventura,
«Falei com o Eugénio Borges Sacoto, para se encarregar de falar a pelo menos uns vinte rapazes operários, para constituir uma Corporação de Bombeiros Voluntários.
Logo no dia seguinte entregou-me uma lista (…).
Tinha já o pessoal, mas faltava tudo o mais.
Falei com o senhor Francisco da Silva que era então Presidente da Câmara, pedindo-lhe que consentisse que os Bombeiros se servissem do material da Câmara, o que da melhor vontade autorizou.
Oficiámos à Corporação Municipais de Lisboa, pedindo-lhes que mandasse aqui todos um domingos um técnico competente, para instruir o nosso pessoal, pois pagaríamos todas as despesas e a devida remuneração.
Veio um instrutor, que só exigiu que lhe pagasse as despesas, não aceitando remuneração alguma.
Os primeiros exercícios foram feitos na Praça dois Touros.
Depois do pessoal devidamente instruído, vieram dois técnicos para procederem ao seu exame.
Terminado este acto, os Examinadores declararam que o pessoal se achava habilitado para exercer bem o Mister de Bombeiros.
Com o pequeno recurso que a quermesse ia dando conseguimos comprar fardamentos, cinturões, machados, capacetes, mangueiras, escada de gancho e também mangueira de salvação.»
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