sexta-feira, 15 de junho de 2012

ÚLTIMA FRAGATA

ÚLTIMA FRAGATA
Aquela velha fragata
Abandonada no cais
É a imagem que retrata
Algo que não volta mais
Tão velha como o arrais
Que a contempla entristecido
E à noite chora no cais
Saudades do rio perdido

 Velha fragata
Que o tempo mata
Presa no Cais
Já não te vejo
Enfeitar o Tejo
Com o teu arrais
As tuas velas
Outrora belas
Cheias de vento
Pareciam aves
Em voos suaves
Rasgando o tempo

Ao sol, à chuva e ao frio
Tempestades e Infernos
Na rude faina do rio
Lutaram setenta Invernos

Sem reforma que os sustente
No pior dos temporais
Vão morrendo lentamente
A fragata e o arrais.
                 João Dias

Fotos: Rui Jorge Aleixo/93

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