segunda-feira, 5 de março de 2012

O inebriante Perfume do Poder


                                   O "duunvirato" Maria Amélia Antunes/José Bastos é uma carta fora do baralho eleitoral,
                                          mas um precioso trunfo partidário


 A realização de eleições autárquicas em 2013 liberta já o perfume inebriante do poder que anuncia a Primavera nas concelhias partidárias.

Fugindo ao recato e ao centralismo democrático vigente no PCP, Joaquim Batalha, actual vereador do Partido Comunista, já se disponibilizou para encabeçar a lista concorrente à Câmara Municipal de Montijo. Como no PCP não se dá ponto sem nó, é previsível que Joaquim Batalha venha a encabeçar a lista do PCP/PEV.

No PSD, duas listas disputaram a concelhia, via verde para a indicação do candidato à presidência câmara. Depois de um intenso debate democrático, Paulo Gomes da Silva, vencedor das eleições, perfila-se como candidato social-democrata.

No PS, que governa o concelho desde 1998, reina o silêncio.

Maria Amélia Antunes, actual presidente, é uma carta fora do baralho eleitoral. Quem se perfilará?

O número dois da “hierarquia” socialista é Nuno Canta, vice-presidente da câmara, que conta, desde sempre, com o forte apoio do sogro, líder do PS/Montijo durante várias décadas e que ainda goza de forte influência no aparelho partidário. Porém, por um lado, sobre ele recai a acusação do PSD/Montijo de que «agrediu com uma jarra de vidro o deputado municipal Alberto Fernandes, tendo também provocado ferimentos na deputada municipal Marília Reimão e no vereador Nuno Ferrão, tendo os dois primeiros recebido tratamento hospitalar» (In Correio da Manhã, 16.06.2011), correndo o caso os seus trâmites no tribunal judicial, e por outro, já foram melhores os laços políticos que o unem a Maria Amélia Antunes.

Maria Clara Silva, vereadora e amiga de Maria Amélia Antunes, poderá obter o apoio desta caso almeje mais altos voos.

O actual presidente da comissão política concelhia e também presidente da Junta de Freguesia de Montijo, Francisco dos Santos, tem agora a oportunidade, que sempre lhe foi negada pelo partido, de alcançar a câmara municipal. Mas Francisco dos Santos nunca recebeu o apoio inequívoco do “duunvirato” José Bastos/Maria Amélia Antunes.

António Paracana, ex-presidente da Assembleia Municipal, advogado, figura respeitada e considerada no Montijo, é visto como o candidato ideal do PS, desde que estejam apaziguadas velhas questões.

Anima-se, assim, a vida política concelhia, porque cheira a poder.

Ruki Luki

2 comentários:

  1. Nada de novo na frente leste. As personagens de hoje, são as mesmas de há trinta anos, porque os novos estão desinteressados da política, que não consideram suficientemente meritória e digna de qualquer esforço individual. Pouco interessa quem sejam os protagonistas num país chafurdado em interesses mesquinhos. Os esquemas partidários não encorajam as pessoas suficientemente informadas e honestas a colaborar. Hoje não se serve as populações, mas sim os partidos, que apoiaram os candidatos, porque há um compromisso que deve ser honrado. Enquanto não forem revistas as leis eleitorais e os estatutos partidários adaptados a uma nova vivência política, só os ingénuos e os ambiciosos estão disponíveis para entrar nestas corridas. Esta não é uma verdade incontestada, é apenas uma opinião pessoal, discutível como todas as opiniões.

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  2. Com a devida vénia ao Professor Tapadinhas, com uma visão clara, perfeita e concisa do Montijo de hoje.

    Apenas um pequeno reparo - nunca é tarde para aprender, mas ir tirar (mandada pela patroa) um curso superior com 50 e tal anos, depois de ter tido a oportunidade de fazer um Doutoramento na mesma Universidade do Sócrates (que foi meu colega em Coimbra) não quererá dizer nada? ou será só para ter uma reforma dourada?

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