terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Imenso Adeus Ao Cais dos Vapores

Panorâmica do Cais dos Vapores




1853

31.03 – A Câmara Municipal delibera que «o Porto da Lama junto ao matadouro fosse levantado dali (para a vinha do Papança) atendendo que naquele local as lamas desenvolvem um ar infecto que se introduz nas carnes do gado que ali se mata.»

6.07 – José Marques Peixinho, proprietário de uma falua, que faz a carreira para Lisboa, pede a«reforma da postura sobre as carreiras, em razão de terem diminuído os interesses das carreiras desde que principiaram as viagens do Vapor.»

1855

28.06 – O Ministro Fontes Pereira de Mello informa o Intendente das Obras Públicas que «Sua Majestade El Rei, regente em nome do Rei, Autoriza o Intendente a proceder ao revestimento com pedra , do talude do Cais exposto às ondas impelidas  pelos ventos do Sudoeste e Noroeste nos termos do orçamento pelo qual a dita obra é avaliada em cento e oitenta mil reis e bem assim a abonar por uma só vez, ao guarda do Cais a gratificação de dez mil reis»

21.07 - A Intendência das Obras Públicas manda proceder às obras de reparação da Ponte Cais,«restauração do aterro (que lhe dá comunicação) e taludes tanto do lado do Norte como do Sul que se acham desmoronando, e construção de quatro contrafortes de alvenaria, do lado Norte», que ficam concluídas em Outubro desse ano.

1858

24.04 – Portaria do Ministério das Obras Públicas autoriza o Intendente das Obras Públicas a «executar o projecto para o concerto do novo cais de Aldegalega e a reparação do aterro que liga o mesmo cais com a vila», que «o Mestre d’Obras Cypriano Vieira ajustou de empreitada por 610$000 reis».

1859

8.08 - A Câmara Municipal pede ao Governo para conceder um subsídio à «Companhia de Navegação dos barcos a vapor para sustentação da carreira a vapor entre a capital e a vila.»

1860

22.09 – A Intendência das Obras Públicas do Distrito de Lisboa abre concurso para «a arrematação dos reparos necessários na ponte onde atracam os Vapores», devendo o empreiteiro «tirar as quatro vigas que servem de prumos na testa da ponte, e substituí-las por quatro pilares de cantaria (bastardo) lavrada à picola, devendo os referidos pilares ser assentes sobre maçame de alvenaria. Os degraus das duas escadas laterais também devem ser de cantaria bastardo, devendo levar tantos de pedra quantos forem os de madeira. A obra deverá estar concluída no prazo de 40 dias a contar da data de arrematação ( 2 de Outubro)».

7.10 – A Câmara Municipal solicita ao Governo que proceda à construção de uma nova Ponte Cais, devido ao estado de ruína em que se encontrava o actual.

1861

4.03 – Governo autoriza a construção da nova Ponte Cais «sendo uma obra toda em pedra.»

1866

(?).08 – Está concluída a Estrada Nova (R.José Joaquim Marques), que permite o acesso ao Caminho de Ferro, no  Pinhal Novo. A obra iniciara-se em 1864

1881 –

27.06 – Frederico Guilherme Burnay escreve à Câmara «pedindo a ponte da madeira que havia prometido para facilitar o embarque e desembarque, e bem assim para mais conveniente atracar o Barco.»

23.10 – A Câmara Municipal agradece publicamente «ao Exmº. Sr. José Maria dos Santos, Deputado por este Círculo, pelo oferecimento de toda a madeira precisa para a construção da Ponte (Cais).»

1885

Almanach Comercial de Lisboa - «Vapores Lisbonenses (Estação no Cais Sodré) Carreiras diárias para Aldeia-Gallega.Preços, ré 120 réis, proa 100 réis; de Lisboa para Aldeia-Gallega, às 11 da manhã e 3 e 3 quartos da tarde, de Aldeia-Gallega para Lisboa, 7 e meia da manhã e 2 da tarde».

1890

10.06 – D. Carlos Pereira Coutinho, Administrador do Concelho de Aldegalega do Ribatejo, publica um Edital proibindo os banhos na Ponte Cais para «coibir o abuso muitas vezes observado, onde a quaisquer horas do dia aparecem indivíduos, que a título de tomarem banho se apresentam em estado de nudez (..) e obstar que alguns menores se metam nadando diante dos vapores e de outros barcos, prejudicando a navegação e expondo-se a perigos.»

(?).12 – Início do aterro do novo cais, que se vai prolongar por vários anos e acabará por substituir a Ponte Cais na ligação à muralha

1895

15.03 – Conclui-se a obra do cais e respectiva muralha «obra exigida pelo grande movimento comercial, que dia a dia está aumentando consideravelmente». A obra iniciara-se em 1886. Em resposta ao Questionário do Governo Civil de Lisboa (Circular nº 9, de 11.03.1895) o presidente da Câmara informa que a Ponte dos Vapores custou 3.496$807 e a Muralha do Novo Cais 2.833$417.

Ruky Luky

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