Edifício Pereira Duarte

Ao lado da Igreja do Divino Espírito Santo, e dominando a Praça da República, ergue-se o edifício que ficou conhecido como Pereira Duarte, apelido dos primitivos proprietários. À excepção das lojas, o edifício encontra-se devoluto e à venda.

 Não é possível precisar a data da construção do edifício, que se ergue na Praça da República, e que ficou conhecido como de João Pereira Duarte.

O «Tombo 1 – Bens e Propriedades do Concelho (de Aldegalega) principiado em 1721», começa por fazer o registo, referente àquela data, de «duas casas térreas que estão no canto da rua da praça desta vila a que chamam Casas da Câmara» e assinala que «hoje possui João Pereira Duarte pela compra que fez».
Sobre estas duas casas térreas construiu João Pereira Duarte o actual edifício.

O imóvel foi construído em data posterior a 1806, porque, nesta data, o Livro de Receita e Despesa do Concelho da Vila de Aldegalega do Ribatejo ainda regista que o município despendera a quantia de 24$000 «com João Pereira Duarte pela renda das Casas em que se faziam as vereações pelo primeiro semestre do corrente ano.»

No segundo semestre de 1806, a Câmara Municipal de Aldegalega passou a ocupar o edifício que adquirira e João Pereira Duarte retomou a plenitude da sua propriedade.

Em 1807, O «Livro de Arruamentos de Prédios Urbanos» regista o imóvel, do mesmo modo o fazem o «Livro de Lançamento da Décima Ordinária e Extraordinária dos Prédios Urbanos da Vila de 1812» e o «Livro do Arruamento e lançamento da Décima em (Prédios) Rústicos e Urbanos e Maneio (1813 – 1814)».

 Luís Graça retrata e enquadra, assim, cronologicamente, o imóvel: «Com um desenvolvimento volumétrico característico do século XIX – muito idêntico ao chamado prédio do Ginô, no bairro lisboeta de Campolide, datado de 1823 – acha-se na actual praça da República, um edifício de rés-do-chão com abóbadas de aresta, dois andares residenciais e duas mansardas despontando na cobertura a que uma escada interior, de cantaria, dá acesso» [in Edifícios e Monumentos Notáveis do Concelho de Montijo].

Na primeira metade do século XX, o edifício ainda estava na posse da família Pereira Duarte, mais propriamente, de António Pereira Duarte e José Pereira Duarte, tendo sido posteriormente, vendido.

 

Se não é possível precisar o ano da construção do actual edifício, pode afirmar-se, contudo, que uma primitiva construção já existia em 1721, dando, posteriormente, origem, nas primeiras décadas do século XIX, ao imóvel como hoje o conhecemos.

 Ruky Luky