Brasão,
Bandeira e Selo de Montijo
Pouco se conhece acerca da existência da bandeira
de Aldeia Galega [Aldegalega] do Ribatejo.
Bandeira utilizada nos actos oficiais, em Aldegalega do Ribatejo, até à implantação da República
|
Em 1852, o presidente da câmara, António Sustância,
informava ao Administrador do Concelho que «no Arquivo da Câmara não existem
cunhos ou sinetes alguns com as Armas ou Brasões tanto desta Vila como de
Canha, nem mesmo Selos que tivessem servido na Câmara ou outras autoridades.»
No princípio do século XX, José de Sousa Rama dá
notícia de um brasão que foi desenhado e oferecido à Câmara Municipal por
Rosendo Avelino Rodrigues, mas que a Vila nunca o viu reconhecido nem o
utilizou.
Brasão de Rosendo Avelino Rodrigues |
A primeira bandeira de Montijo, proposta de
Afonso d’Ornelas, só foi executada e hasteada em 1931. A vila passou então a
hastear a bandeira amarela e verde, com cordões e borlas de ouro e verde; lança
e haste de ouro, coroa mural de prata de quatro torres; listel branco com
letras pretas. Armas de prata com um monte de verde, realçado de negro, cortado
por um rio ondado de prata e azul. Cruz de Santiago púrpura acompanhada de dois
lemes de negro com ferragens de ouro e estes acompanhados por dois ramos de
espigas de trigo, de ouro, bordadas e folhadas de verde e atados de vermelhos.
Pimeira Bandeira de Montijo. Não mereceu aprovação do Ministério do Interior. |
Na edição de 8 de Março de 1931, do jornal
“Montijo”, encontramos a descrição da simbologia do novo brasão:
«No escudo, com campo em prata, por representar
humildade, um monte nascendo no meio das águas do rio tejo, representativo de
Montijo, o mais importante símbolo da região, encimado pela cruz de S. Tiago a
cuja ordem pertenceram todos estes vastos territórios entre “Tejo-Sado-Oceano”.
Espigas de oiro representativas da riqueza
agrícola ou seja a transformação sofrida nas terras galegas em sucessivas
gerações.Vieira d’oiro e os dois lemes representativos da riqueza marítima e dos antepassados mareantes.»
Quando Montijo ascendeu ao estatuto de cidade, em
14 de Agosto de 1985, tornou-se mais imperiosa a necessidade de dotar a urbe de
Bandeira, Brasão e selo devidamente legalizados.
O brasão da vila não apresentava qualquer erro de
heráldica, embora a Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos
Portugueses considerasse que, do ponto de vista estético, patenteava uma
superabundância de elementos e, em conformidade, propunha algumas alterações
para melhorar o seu aspecto.
Propostas da Associação dos Arqueólogos Portugueses |
A Vereação, reunida no dia 23 do mesmo mês, acolheu a sugestão, que foi aprovada pela Comissão de Heráldica, no dia 30 de Outubro.
A leitura das armas de Montijo passou a ser a seguinte:
«Brasão – de prata, um pequeno monte de verde,
realçado de negro, movente dos flancos e assente num contra-chefe de cinco
faixetas ondadas de prata e azul; em chefe, Cruz de São Tiago de vermelho,
acompanhada de dois lemes de negro com ferragens de ouro, adossadas, o da
dextra posto em banda e o da sinistra em barra de dois molhos de espigas de
trigo de ouro, folhadas de verde e atados de vermelho. Coroa mural de cinco
torres de prata.
Listel branco, com letras a negro “Cidade de
Montijo.Bandeira – gironada de amarelo e verde, cordão e borlas de ouro e verde.
Haste e lança de ouro.
Selo – circular, tendo ao centro as peças do escudo, sem indicação de esmaltes, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, com os dizeres “Câmara Municipal de Montijo”».
Com a publicação no Diário da República III
Série, de 4 de março de 1986, do Aviso da Câmara Municipal, Montijo
desfraldava, pela primeira vez na sua História, a sua bandeira devidamente
legalizada.
Ruky Luky
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