No Largo limitado pela Igreja do Divino Espírito Santo e o Edifício António Pereira Duarte erguia-se o Pelourinho [Foto - 1906].
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A existência, ou não, de um pelourinho, em
Montijo, tem sido um facto arredado das preocupações de quem se interessa pela
História deste Município, seja mero cidadão ou autarca.
A par do Foral de 15 de Setembro de 1514, dado
por El-Rei D. Manuel I, Montijo, isto é, Aldeia Galega do Ribatejo, teve também
um pelourinho, como indicia – não provará? – o ofício remetido pela Comissão
Administrativa da Câmara Municipal de Montijo à Comissão dos Arqueólogos
Portugueses, em 1931.
Segundo o ofício «ficava o pelourinho num lugar
apertado, onde prejudicava o trânsito, deixou de estar em frente do Edifício da
Câmara Municipal, com a transferência deste, em 1816, para o novo lugar, que
ainda hoje ocupa.»
De que local se tratará?
Acreditamos, pelas razões que passamos a expor,
que é o actual Largo Pe. Gomes Pólvora, que se situa entre a Igreja do Divino
Espírito Santo e o edifício de António Pereira Duarte.
O “Tombo 1 – Bens e Propriedades do Concelho
principiado em 1721” regista, naquela data, «Duas casas térreas que estão no
canto da rua da praça desta vila a que chamam Casa do Paço”, anotando que «Hoje
possui João Pereira Duarte por compra que fez» e que, por isso, «Não deve estar
no tombo por se ter vendido a casa.»
Estas casas foram demolidas e deram lugar ao
edifício, hoje conhecido como de António Pereira Duarte, que ocupa toda a
extensão da R. Almirante Cândido dos Reis ao Largo Padre Gomes Pólvora.
Alguns anos após a venda daquelas casas, a Câmara
Municipal de Aldegalega passou a ocupar as “Casas Novas”, que ficaram
conhecidas por “Paço”, e nelas funcionavam também o tribunal judicial e, no
rés-do-chão, o mercado de peixe, carne, legumes demais géneros alimentícios.
Depois de ter vendido as suas casas a João Pereira Duarte, a Câmara Municpal de Aldegalega transferiu-se para este edifício, no início do século XIX. No primeiro andar funcionavam o Tribunal Judicial e a Câmara Municpal e, no rés-do-chão, o Mercado.[Foto 1906]
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«Levamos
ao conhecimento de V.Ex.ª que não tem actualmente “Pelourinho” este Município.
Não, porque ele tivesse sofrido a sanha inglória da fúria dos destruidores
destes monumentos, mas porque, tendo sido arrancado pra mudança de lugar e ficando
ao abandono indiferente de todos, sem que um novo lugar lhe fosse dado em
qualquer praça da Vila, se partiu; perdendo-se, com o descuido a que foi
votado, os seus restos.
A
actual comissão administrativa da Câmara Municipal, (…) olha-o com apreço
diferente.
Sente
que a bela coluna salomónica era alguma coisa na sua rudez forte de marco de
justiça.
Para
o novo ano económico, pensa esta Comissão, adquirir um novo pelourinho, pois
não lhe é indiferente – o que o pelourinho representa em qualquer terra –
merecendo-lhe o mesmo cuidado que lhe mereceu os interesses do concelho.
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Ficava
o pelourinho num lugar apertado, onde prejudicava o trânsito, deixou de estar
em frente do Edifício da Câmara Municipal, com a transferência deste, em 1816,
para o novo lugar, que ainda hoje ocupa.
(--------------------------------------------------------------------------------------------)
Procura
a actual comissão administrativa honrar, com esta medida, os compromissos
espirituais com as gerações passadas.»
As intenções eram boas, mas a obra não se
concretizou.
Ruky Luky
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