domingo, 22 de janeiro de 2012

O “Apagão” da Biblioteca de Montijo

    O ano passado os leitores montijenses foram surpreendidos com a decisão da Câmara Municipal de Montijo que cancelou a compra de jornais e revistas para a Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva. Esta medida foi tomada em coerência com uma outra que suspendera a compra de livros. Na memória dos utentes da biblioteca ainda persiste a sala de audiovisuais encerrada pela vereação socialista.

 Conversando, há dias, com uma jovem leitora, confessou-me que a biblioteca perdera o interesse porque já não tinha livros novos. Ir à biblioteca, agora, concluiu, só para fazer os trabalhos da escola em grupo.

O espaço de leitura de periódicos era um local concorrido e de convívio inter-geracional. Animado todo o dia, ganhava um novo alento, depois do almoço, quando muitos idosos e reformados o procuravam. Era um local de leitura e de são convívio.

Depois de encerrado, e durante alguns dias, alguns idosos ali se dirigiram na animada convicção de que a medida seria provisória.

A câmara municipal socorreu-se da crise para tomar uma medida obscurantista que atenta frontalmente contra os interesses da comunidade e cuja finalidade se não divisa.

Por outro lado, é uma medida contraditória e incoerente, porque, ao longo do seu mandato, a câmara socialista tem inaugurado pólos da biblioteca, em várias freguesias.

Dir-se-á que a crise a tanto obriga. Mas este é o argumento dos incompetentes e insensíveis, porque o que a crise nos obriga – e obriga sobretudo a quem gere bens públicos - é sermos inteligentes, parcimoniosos e sensíveis na procura de soluções justas em tempos de vacas magras.

Já não se espanta, assim, que quando se fale de cultura logo se aponte o orçamento.

Ruky Luky

2 comentários:

  1. O problema orçamental da biblioteca deve ser gritante. Se não compravam jornais nem adquiriam livros é lastimável, mas o ultimo escalão da decadência está em já não haver verba para comprar selos para enviar uma carta de agradecimento a quem ofereceu à Biblioteca, acompanhado de ofício, 2 exemplares de obra de autor acabada de sair, pois não acredito que seja a falta de decoro e educação que deu azo a essa situação, numa instituição cujo o objecto é contribuir para a formação cívica dos cidadãos.

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    1. Quero felicitar este blogue pelo interesse que desperta nas autarquias locais. Em relação ao comentário do dia 26 Jan, alguém ligado à biblioteca teve a gentileza de o ler e na sequência, ao ofertante dos livros já foi enviado um ofício, assinado pelo sr. vereador da cultura, a agradecer a oferta, com data de 25 Jan. Só que apenas hoje, dia 1 Fev, os CTT entregaram a carta, que se supões tenha sido ontem entregue para dsitribuição. Ainda que o ofício tenha data de 25 Jan não é provável que demorasse 7 dias a ser enviado. Logo, pressupõe-se que só depois de lido o comentário fosse redigido o ofício que é resposta à carta de 12 Dez que acompanhou a oferta. Vale mais tarde que nunca.

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