O "duunvirato" Maria Amélia Antunes/José Bastos é uma carta fora do baralho eleitoral,
mas um precioso trunfo partidário
A realização de eleições autárquicas em 2013 liberta já o perfume inebriante do poder que anuncia a Primavera nas concelhias partidárias.
Fugindo ao recato e ao centralismo democrático vigente no PCP, Joaquim Batalha, actual vereador do Partido Comunista, já se disponibilizou para encabeçar a lista concorrente à Câmara Municipal de Montijo. Como no PCP não se dá ponto sem nó, é previsível que Joaquim Batalha venha a encabeçar a lista do PCP/PEV.
No PSD, duas listas disputaram a concelhia, via verde para a indicação do candidato à presidência câmara. Depois de um intenso debate democrático, Paulo Gomes da Silva, vencedor das eleições, perfila-se como candidato social-democrata.
No PS, que governa o concelho desde 1998, reina o silêncio.
Maria Amélia Antunes, actual presidente, é uma carta fora do baralho eleitoral. Quem se perfilará?
O número dois da “hierarquia” socialista é Nuno Canta, vice-presidente da câmara, que conta, desde sempre, com o forte apoio do sogro, líder do PS/Montijo durante várias décadas e que ainda goza de forte influência no aparelho partidário. Porém, por um lado, sobre ele recai a acusação do PSD/Montijo de que «agrediu com uma jarra de vidro o deputado municipal Alberto Fernandes, tendo também provocado ferimentos na deputada municipal Marília Reimão e no vereador Nuno Ferrão, tendo os dois primeiros recebido tratamento hospitalar» (In Correio da Manhã, 16.06.2011), correndo o caso os seus trâmites no tribunal judicial, e por outro, já foram melhores os laços políticos que o unem a Maria Amélia Antunes.
Maria Clara Silva, vereadora e amiga de Maria Amélia Antunes, poderá obter o apoio desta caso almeje mais altos voos.
O actual presidente da comissão política concelhia e também presidente da Junta de Freguesia de Montijo, Francisco dos Santos, tem agora a oportunidade, que sempre lhe foi negada pelo partido, de alcançar a câmara municipal. Mas Francisco dos Santos nunca recebeu o apoio inequívoco do “duunvirato” José Bastos/Maria Amélia Antunes.
António Paracana, ex-presidente da Assembleia Municipal, advogado, figura respeitada e considerada no Montijo, é visto como o candidato ideal do PS, desde que estejam apaziguadas velhas questões.
Anima-se, assim, a vida política concelhia, porque cheira a poder.
Ruki Luki
Nada de novo na frente leste. As personagens de hoje, são as mesmas de há trinta anos, porque os novos estão desinteressados da política, que não consideram suficientemente meritória e digna de qualquer esforço individual. Pouco interessa quem sejam os protagonistas num país chafurdado em interesses mesquinhos. Os esquemas partidários não encorajam as pessoas suficientemente informadas e honestas a colaborar. Hoje não se serve as populações, mas sim os partidos, que apoiaram os candidatos, porque há um compromisso que deve ser honrado. Enquanto não forem revistas as leis eleitorais e os estatutos partidários adaptados a uma nova vivência política, só os ingénuos e os ambiciosos estão disponíveis para entrar nestas corridas. Esta não é uma verdade incontestada, é apenas uma opinião pessoal, discutível como todas as opiniões.
ResponderExcluirCom a devida vénia ao Professor Tapadinhas, com uma visão clara, perfeita e concisa do Montijo de hoje.
ResponderExcluirApenas um pequeno reparo - nunca é tarde para aprender, mas ir tirar (mandada pela patroa) um curso superior com 50 e tal anos, depois de ter tido a oportunidade de fazer um Doutoramento na mesma Universidade do Sócrates (que foi meu colega em Coimbra) não quererá dizer nada? ou será só para ter uma reforma dourada?