O Renascer do Ateneu Popular de Montijo
Aspecto da nova sede do APM localizada na Rua Luís Calado Nunes [Pátio Aldegalega], Loja H, em Montijo.
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Ao
assinar, recentemente, com a Câmara Municipal de Montijo um protocolo de
cedência de um edifício, onde passará a funcionar a sua sede, o APM alcançou um
dos objectivos essenciais para dar um novo impulso às suas actividades.
O
APM foi fundado em 15 de Dezembro de
1939, por um grupo de jovens que se dedicava ao estudo de esperanto, que se
anunciava como língua universal a ligar os povos.
Cosme
Benito Resina, Joaquim Lavado, Manuel Luciano Lucas Alegria e António André
Lopes Barreto instituíram, então, a associação que tinha por fim «desenvolver
entre os seus associados e familiares a edução intelectual e física,
proporcionando-lhes meios de cultura e distracção e a expansão do desporto.»
Ao
longo da sua vida o APM tem dado corpo aos seus estatutos respondendo aos
anseios dos seus sócios e de Montijo.
Neste
sentido, inicialmente, o grupo
constituinte começou por estudar o esperanto
para alargar, progressivamente, a sua acção ao domínio da instrução, criando cursos de
alfabetização, uma biblioteca e cursos de História e Língua Pátria, Dactilografia e
Oratória, esta praticada aos domingos nas agradáveis reuniões, que ficaram
conhecidas como “Chá do Ateneu”.
Nos nossos dias, tendo-se já afirmado como associação retintamente cultural, o APM aposta na divulgação do xadrez, participando em várias
competições; do cinema, com a criação
de um cine-clube e a realização de
sessões na sua sede, debates e realização de filmes; da fotografia, com a criação de um núcleo de fotografia responsável pela realização de várias
exposições. Atenção especial mereceu ao APM o debate de ideias e a defesa
e divulgação do património histórico-cultural do concelho, realizando
visitas de estudo e promovendo várias edições de postais e de um jornal
sobre temas locais.
Ao
longo dos anos, a boa imagem do Ateneu tem colhido a simpatia e a
colaboração de várias figuras nacionais, nomeadamente, José Jorge Letria, Helena Neves, Rogério Paulo, Ary
dos Santos, José Manuel Nunes, Tito Lívio, Zeca Afonso e o Arquitecto Tomás
Taveira, que com a sua participação contribuíram para a formação de muitos
jovens e para o engrandecimento cultural de Montijo.
Não
foi a primeira vez que o APM atravessou uma grave crise e dela renasceu como a
Fénix.
A história contemporânea do APM regista o nome de Joaquim Carreira
Tapadinhas, responsável e impulsionador do segundo fôlego da associação, a cujo
esforço, generosidade e abnegada dedicação deve a instituição a sua
sobrevivência na década de sessenta.
Hoje,
um grupo de sócios, presidido por Carlos Traquina, pretende colocar o APM na
rota do século XXI.
Com
o nosso apoio o farol da cultura voltará a brilhar no Ateneu Popular de
Montijo.
Amanhã,
dia 15 de Setembro, o APM reabre as suas portas. Como bem disse Manuel Barrona:
«É uma casa de homens livres».
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