Edifício do Comando da Base Aérea N.º 6 |
O local onde se localiza aquela unidade militar encontra-se já referido no “Título da villa d Aldea galega”, registo estatístico da vila, mandado elaborar, em 1532, por D. João III. No documento pode ler-se: «Termo – Item tem hua povoaçam que se chama a Povoa hua legoa da villa a ponente que tem homze moradores (…).»
Estas terras terão pertencido, provavelmente, ao então Duque de Beja, futuro Rei de Portugal, D. Manuel, e a D. Jorge, filho bastardo de D. João II, que foi Mestre da Ordem de Santiago.
É um local de História e, consequentemente, de testemunhos do passado de Montijo.
As gerações mais recentes ainda se lembram da Quinta da Póvoa, da Casa Branca e, noutra perspectiva, da Praia Branca, que os nossos avoengos recordam como local de saudáveis e animados pic-nics.
Silharia brasonada que remata um dos portões da Quinta da Póvoa |
Anverso do marco |
Reverso do marco |
É certo que Montijo, apesar da propaganda, não tem um museu em que possa preservar e expor as peças referidas.
Painel de azulejos jacente no edifício do Comando |
Contudo, a sua recuperação poderá originar a instituição efectiva de um museu que não só guarde estas peças como outras que ainda restarão.
Nem se pode alegar que o tempo é de vacas magras e que não há dinheiro.
A crise está a transformar-se em mágico manto que tudo explica e que permite “tirar coelhos da cartola” em função da ocasião.
Os tempos de crise pedem racionalização dos investimentos, contenção das despesas, cumprimento de princípios, imaginação e dinamismo para vencer as adversidades e, também, uma ampla e transparente abertura envolvendo todos na defesa e desenvolvimento de Montijo.
A defesa do nosso Património Histórico-Cultural não pode estar dependente da crise ou de qualquer Troika – tem de ser uma lídima manifestação de amor à terra e às Gentes que nos legaram este Montijo que tão mal (amamos) tratamos.
Temos o usufruto desta bela terra e é nosso dever legá-la mais próspera às novas gerações.
Uma terra sem Memória(s) é uma local vazio, sem personalidade, porque “o Património Histórico-Cultural é a Memória de um Povo”, como bem proclamou, há mais de trinta anos, o Círculo Histórico-Cultural de Montijo.
Ruky Luky
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