Não se tratava de uma constatação empírica, mas de um conhecimento feito de experiência, de vivências e de estudo da realidade montijense aliado a um acrisolado bairrismo.
Nem esteve em causa a defesa de um projecto pessoal ou partidário, pois, como sintetizou Cipriano Pisco, «não se tratou de simples disputa partidária, nem tão pouco de interpretar um projecto pessoal, tratou-se antes de um grito de revolta dos montijenses quando sentiram que lhes queriam tirar o seu Cais dos Vapores, carregado de História e de Memórias.»
Apesar dos alertas, o Partido Socialista pela voz e a vontade dos seus arautos, Maria Amélia Antunes/José Bastos, concretizou a deslocalização.
Os deputados municipais do PS aprovaram, então, uma proposta em que apoiavam a transferência do cais para o Seixalinho, a construção da Circular Externa, a requalificação das actuais acessibilidades ao Cais do Seixalinho, a implementação de uma rede de transportes urbanos rodoviários que, independentemente de uma adequação perfeita ao transporte fluvial, deveria servir a globalidade da população e a recuperação da zona ribeirinha, do Seixalinho à Lançada, preservando a memória do Cais dos Vapores e valorizando-o com zona turística e de desportos, tendo deputado municipal socialista, José Evangelista, afirmado que «Esta não é mais uma obra do PS, esta é a obra do PS, que modificará o Montijo para sempre!».
A transferência do cais, sente-se hoje, foi um rude golpe para a economia de Montijo, mormente para o centro histórico, que, dia a dia, agoniza.
De facto a «Obra do PS» modificou Montijo e para sempre - matou a cidade.
O PS, como as cadelas apressadas, pariu um cachorro cego.PS: «A estrada do Seixalinho vai se alargada e pavimentada», quando, senhora Presidente?
Ruky Luky
Nenhum comentário:
Postar um comentário