«Cais dos Vapores - tantas histórias que ficam por contar...» |
27.07 -Deputado Municipal José Evangelista (PS) – «É conhecida a minha convicção de que se trata de uma obra decisiva, que qualificará o concelho e a cidade de Montijo em particular. A melhoria significativa da qualidade de vida na cidade de Montijo, e em particular no seu centro histórico, diminuindo a circulação automóvel, com melhoria dos índices de poluição, e maior disponibilidade de estacionamentos são aspectos que as grandes cidades perseguem e que não podemos descurar. Não será também de depreciar o financiamento de 3 milhões de contos para a construção da futura Circular Externa de Montijo. Conhecida que é a garantia de não haver agravamento de custos para os utentes, incluindo o estacionamento de veículos no cais, importa não esquecer que uma obra desta envergadura exige, no entanto, um plano global de intervenção na cidade, com grande envolvimento da Câmara Municipal do Montijo: Tratamento adequado das actuais acessibilidades; deverá a autarquia, não só assegurar a perfeita adequação dos transportes rodoviários aos fluviais, mas também aproveitar esta oportunidade para implementar uma verdadeira rede urbana, que deverá servir a globalidade da população, independentemente do transporte fluvial e que se assuma como uma alternativa de qualidade ao transporte privado; recuperação de toda a faixa ribeirinha mantendo a memória do Cais dos Vapores com uma solução dignificante, que o transforme numa zona aprazível zona de lazer. Sem poder prescindir da vontade, do empenho e da iniciativa de cada comerciante, estou convicto, também, que só com a concretização de todas as vertentes deste projecto se criarão condições para a existência de um comércio local personalizado e de qualidade.»
Lucília Ferra – «Decidiu V.Ex.ª indeferir liminarmente o pedido de referendo local. Assim, assumiu o Sr. Presidente, a vontade política de prosseguir com uma obra sem cuidar de saber a opinião e a vontade dos nossos conterrâneos. Fê-lo em consonância com a Srª Presidente da Câmara Municipal e o Partido Socialista, numa tentativa inédita de calar os Montijenses. Argumentou V.Exª com a falta de legitimidade dos recorrentes, alegando despropositadamente, a filiação política ou partidária dos mesmos. Devo confessar-lhe que me senti envergonhada, por si. Mas faltou-lhe, desta vez, Sr. Presidente, a coragem política para enfrentar os argumentos aduzidos, mormente a incompatibilidade desta decisão com o Plano Director Municipal de Montijo.”
3.08 – Filipe Carrera – «No passado dia 19, a SIC fez uma «Praça Pública» em directo do Cais dos Vapores, com representantes do Movimento Pró-Referendo, de todos os Partidos (com excepção do PS), dos Comerciantes, da Plataforma Cívica do de Defesa do Cais dos Vapores e de inúmeros montijenses. E onde estava a Srª Presidente da Câmara Municipal do Montijo? A Srª Presidente disse aos jornalistas que tinha uma reunião na Junta Metropolitana de Lisboa. O pior é que houve pessoas que se cruzaram com a Srª Presidente quarenta minutos antes do directo desde o Cais dos Vapores. E onde estava o grande defensor do Cais do Seixalinho (de 1997 a 2001, pois em 1991 era contra) o inconfundível presidente do PS Montijo, Sr. José Bastos? Se calhar estava na mesma reunião da Junta Metropolitana a segurar os cordelinhos da sua Presidente da Câmara. Onde ficou o PS? Se calhar noutra reunião muito importante sobre o posicionamento dos urinóis públicos no terceiro milénio. O povo não é idiota nem débil mental, entende e sabe dar nome a estas atitudes: Medo e Cobardia.»
13.08 - Presidente da Assembleia Municipal, António Paracana – «Não pode um qualquer eleitor (que é o caso da Exma Drª. Lucília Ferra) só por si, requerer a convocação de uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal porque a lei não lhe permite. Por outro lado, e no que respeita ao Exmo. Deputado Municipal, Sr. Dr. Torres Pereira, importa dizer que o mesmo representa a ínfima parte de «um terço dos membros da Assembleia», que a lei impõe como requisito necessário para a convocação da sessão extraordinária. Pelo que, ao subscreverem tais requerimentos, os requerentes são, no mínimo, «temerários»»
16.08 – A Plataforma Cívica de Defesa do Cais dos Vapores recorre às instâncias europeias para pedir a avaliação do projecto de construção do caos do Seixalinho, suscitando, entre outras questões, a inexistência de estudos de impacte ambiental e a falta de participação das populações na escolha do local do cais.
17.08 – Paulo Cardoso – «Como é possível que ao contrário das políticas de ordenamento de território e de urbanismo de qualquer país civilizado, as quais privilegiam a utilização de transportes colectivos contra o transporte particular, a CMM se proponha retirar as carreiras fluviais da porta de casa dos montijenses e varrê-las para o Seixalinho? Se o problema do Cais dos Vapores são os automóveis por que é que são os barcos a sair?»
24.08 – Nova Gazeta divulga o requerimento da deputada da Assembleia da República, Lucília Ferra, que questiona o governo se tenciona permitir que a Transtejo adjudique a obra de construção do Terminal Fluvial do Cais do Seixalinho por violar o regime jurídico de empreitadas de obras públicas.
07.09 – O Secretário de Estado do Ambiente informa a Plataforma Cívica que a transferência da estação fluvial de Montijo para o Seixalinho «trata-se do reaproveitamento de um cais pré-existente, que cessará a sua função de terminal de inertes e estação de ancoragens de navios em risco ou sem condições de navegabilidade, constituindo um interface multimodal (rodofluvial).»
12.09 –Os deputados Municipais da CDU e do PSD entregam um requerimento com o número de assinaturas necessário para solicitar a convocação de uma Assembleia Municipal extraordinária para debater a transferência do cais para o Seixalinho e a realização do referendo local sobre a mesma matéria.
21.09 – A Assembleia de Freguesia do Montijo aprova uma moção condenando a deslocalização do cais para o Seixalinho e apela para que a Assembleia Municipal considere os milhares de assinaturas da população e tome posição contra a transferência do cais fluvial para o Seixalinho.
24.09 – A Assembleia Municipal Extraordinária aprova com a maioria dos votos do Partido Socialista uma proposta apresentada pela Bancada deste partido em que apoia a transferência do cais para o Seixalinho, a construção da Circular Externa, a requalificação das actuais acessibilidades ao Cais do Seixalinho, a implementação de uma rede de transportes urbanos rodoviários que, independentemente de uma adequação perfeita ao transporte fluvial, deverá servir a globalidade da população e a recuperação da zona ribeirinha, do Seixalinho à Lançada, preservando a memória do Cais dos Vapores e valorizando-o com zona turística e de desportos, e outra a reprovar a realização do referendo sobre a transferência do cais para o Seixalinho, rejeitando as propostas em sentido contrário apresentadas pela CDU e pelo PSD. Na sessão o deputado municipal socialista, José Evangelista afirma «Esta não é mais uma obra do PS, esta é a obra do PS, que modificará o Montijo para sempre!».
27.09 – Jornal “Actual” – «A ligação fluvial para Lisboa só vai passar a fazer-se do novo terminal da Transtejo do Cais do Seixalinho no próximo ano. Os atrasos nos trabalhos (deve-se) ao facto de as empresas concorrentes terem apresentado propostas que ultrapassavam em mais de 50 por cento o valo fixado no concurso, levando a uma fase subsequente de ajuste directo.»
5.10 – Luís Luizi – «Há em Montijo quem diga que cumpre a lei escrupulosamente e apoia e incentiva o mais possível uma flagrante violação ao Plano Director Municipal do Montijo. Quanto a este ponto a Assembleia Municipal dedicada à eventual mudança do cais fluvial foi elucidativa. Perante a afirmação que todo o processo do Seixalinho assenta em deitar o PDM para o lixo, não foi contraditada por uma única voz.»
Lucília Ferra – «Se o PS tinha, como diz, dúvidas quanto à legalidade do referendo, por que motivo não enviou o processo ao tribunal competente?»
12.10 – A Transtejo reconhece atrasos na obra e anuncia que prevê a data inauguração do cais para o ano 2002.
Rui Jorge Aleixo – «E pensemos que se a Drª Amélia Antunes for reeleita um dia se poderá ver na pele dos assassinos de Viriato. Pois quando perguntar à Transtejo onde está ao acréscimo de carreiras fluviais, ou ao Porto de Lisboa quando vai limpar os lodos do rio ouvirá, quase de certeza, um lacónico «ROMA NÃO PAGA A TRAIDORES!».E sobretudo pensemos...pensemos que em Dezembro se pode evitar a catástrofe, se o Montijo inteiro fizer como os romanos e não pagar aos traidores.»
19.10 – M. Guerreiro – «Consideramos, em nossa opinião, não ser necessário investir tanto dinheiro num novo cais fluvial, quando o actual desempenha cabalmente a função, necessitando apenas de algumas melhorias pontuais e da criação de mais parques de estacionamento nas áreas adjacentes, ou em alternativa na periferia da cidade, neste caso servidos por autocarros. Até ver, A Ponte dos Vapores, «a Velha Dama», é do nosso querer, enquanto o Cais do Seixalinho, «o novo Joker», está para se «ver para crer».
9.11 - Ex-Presidente da Câmara (Comissão Administrativa) Joaquim Tapadinhas – «Talvez com o desenvolvimento da terra, daqui a 10 ou 15 anos, era capaz de ser uma medida acertada. Hoje é uma obra de forma apressada. A mudança agora vem matar a parte histórica do Montijo e o comércio do centro da cidade por incapacidade de se perceber as necessidades dos montijenses.»
Ex-Presidente da Câmara, Acácio Dores (CDU) – «Seixalinho...talvez mas a seu tempo!» a requalificação ribeirinha na qual se deve inserir a mudança do Cais dos Vapores é projecto para muitos anos. Como é que se pode transferir o Cais dos Vapores para o Seixalinho se as acessibilidades- circular externa a construir por fases- só estarão concluídas em 2004. O PS, como as cadelas apressadas, vai parir um cachorro cego.»
Ex-Presidente da Câmara Municipal, Primo Jaleco (PS) – «Considerando as grandes transformações dos últimos quatro anos que vão incluir a recuperação e requalificação da zona ribeirinha, a transferência do cais ganhou foros de actualidade e oportunidade. Sou portanto a favor da mudança do Cais para o Seixalinho.»
Estação Fluvial do Seixalinho em fase de construção |
Ex-Presidente da Câmara, Jacinta Ricardo (CDU) – «A mudança do Cais pode servir alguém mas seguramente não serve os montijenses. Prejudica a actividade comercial e cultural do centro da cidade; aumenta os custos na deslocação dos utentes e cria insegurança a quem utiliza o barco fora de horas de ponta.»
2.11 – Mário Pinto – «A Presidente Amélia Antunes diz que pretende retirar os carros da cidade e a poluição que os mesmos originam. Mas afinal uma Marina como a Presidente agora defende (antes defendia um espelho de água e um porto de recreio) não é mais do que uma garagem de barcos, trará seguramente mais carros ao local e implicará a criação de parques de estacionamento para os proprietários dos mesmos. Os responsáveis do executivo Municipal falam muito do rio mas nada têm feito por ele. Aliás, dos onze concelhos ribeirinhos que constituem a área metropolitana de Lisboa, o concelho de Montijo, em quatro anos, não teve uma única iniciativa ou evento náutico.»
9.11 – Nova Gazeta – «A Plataforma Cívica de Defesa do Cais dos Vapores decidiu abrir uma conta na Caixa Geral de Depósitos do Montijo e apelar a todos quantos defendem o Cais dos Vapores que contribuam com donativos.»
Nova Gazeta – «O Provedor de Justiça vai abrir um processo para analisar os fundamentos da queixa apresentada pela Plataforma Cívica de Defesa do Cais dos Vapores, que alega que a construção do Cais do Seixalinho viola o Plano Director Municipal do Montijo.»
16.11 – Nova Gazeta – «O Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território ordenou à Inspecção-Geral do Território que averiguasse se a Câmara Municipal do Montijo violou ou não o Plano Director Municipal com a construção do Cais do Seixalinho.»
23.11 – Luís Luizi – «No aterro (a poente do Cais) encontra-se um parque de estacionamento que, embora sem qualquer beneficiação municipal, tem permitido arrumar centenas de viaturas ficando muitos, mas mesmo muitos lugares desocupados. Temos assim que o Montijo continua sem estacionamentos eficazes e os utentes dos barcos não preenchem os lugares disponíveis no cais dos Vapores.»
24.11 – M. Guerreiro – «Pode dizer-se, sem qualquer rebuço, que o Cais dos Vapores se tornou numa excelente porta de entrada para todos os visitantes de Montijo, podendo mesmo considerar-se a área envolvente nada menos que do que uma autêntica «Sala de Visitas» da cidade. Mas, por favor, não a estraguem!...»
30.11 – Nova Gazeta – «MES garante: «A obra não foi adjudicada». A transferência do cais para o Seixalinho estará condicionada ao resultado das eleições autárquicas de Dezembro, é a convicção reinante no seio da Plataforma Cívica de Defesa do Cais dos Vapores, da Oposição e da população em geral. Segundo a Nova Gazeta apurou, o Ministério do Equipamento Social (MES) informou a deputada Lucilai Ferra que «o Conselho de Administração da Transtejo não procedeu à adjudicação da obra (da construção do Terminal Fluvial do Cais do Seixalinho).»
Cipriano Pisco – «O movimento popular de defesa do Cais dos Vapores ficará certamente registado na História do nosso concelho como um dos mais importantes para a defesa da identidade do Montijo e para a valorização da democracia participativa. Não se tratou de simples disputa partidária, nem tão pouco de interpretar um projecto pessoal, tratou-se antes de um grito de revolta dos montijenses quando sentiram que lhes queriam tirar o seu Cais dos Vapores, carregado de História e de Memórias.»
07.12 – Presidente da Câmara Municipal, Maria Amélia Antunes – «Seguramente que vai ter o estacionamento e as condições normais e que constam no projecto da Transtejo, paralelamente, a estrada do Seixalinho vai se alargada e pavimentada e a circular externa estará concluída em 2004. A grande batalha é dotar o centro e as periferias de carreiras urbanas de e para o Seixalinho e, se isso não for conseguido, não nos calaremos.»
Jornal de Montijo - «O novo terminal rodofluvial da Transtejo em construção no Seixalinho, vai entrar em funcionamento dentro de cinco meses.»
16.12 Eleições Autárquicas – O Partido Socialista vence as eleições reforçando a maioria absoluta de mandatos, alcançando 53% dos votos expressos e elegendo mais um vereador e todos os presidentes das Juntas de Freguesia do concelho.
Ruky Luky
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